domingo, 17 de fevereiro de 2008

Pra onde vão as agências???

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Achei no Blog de Guerrilha algumas pistas pra iluminar a vida dos publicitários-donos-de-agência.

Ótimos insights na entrevista do diretor de planejamento e “Digital Ninja” da Naked, Faris Yakob, para Mauricio Mota, no Meio & Mensagem de 14 de janeiro.

#1. Funciona? Não sei, nunca foi feito antes:

Os clientes com os quais eu trabalho sabem que as coisas estão mudando e querem realmente se envolver no processo. Mas eu acho que essa vontade é bloqueada pelo processo, pela inércia: “Ah, eu só preciso apertar aquele botãozinho, de onde sai aquela campanha, e está tudo bem resolvido”. É mais fácil. E ainda mais porque, se as coisas novas nunca foram feitas, não há cases para embasar, não há precedentes. “Faris, isso vai funcionar?”, não sei. “Isso vai dar dinheiro?”, não sei. Não é preguiça, é difícil mesmo para eles, que precisam justificar as idéia para os acionistas.

#2. Fee pela idéia e não comissão por veiculação:

A força da Naked é não ter nenhum vínculo com a estrutura de comissionamento tradicional (produzir propaganda ou comprar espaço) e cobrar um fee pelas idéias e estratégias, o que nos permite recomendar uma estratégia sem qualquer vínculo com nosso modelo de negócio. A neutralidade é uma das fundações da Naked. Os sócios simplesmente disseram: “se você ganha dinheiro fazendo TV, revista e rádio, você provavelmente indicará esses meios quando uma empresa trouxer um problema para ser resolvido”. Começaram a cobrar pelo que têm de mais valioso e podereso, que é o pensamento estratégico e criativo.

#3. Comprar espaço x fazer algo interessante:

O erro é que a maioria das agências encara a internet e o celular como canais, como lugares para colocar mensagens. Mais um modo de comprar espectadores. E não é um lugar para se comprar espaço, e sim uma plataforma. É redundante você simplesmente comprar audiência na Internet: aplicar o marketing de interrupção num meio ativo em que você controla as experiências não faz sentido. A marca precisa ganhar o direito de ter essa atenção durante a experiência do usuário, fazendo-se útil ou valiosa o bastante para acompanhá-lo. Crie um serviço, crie um aplicativo. A internet é um mercado de atenção viva. É global, reage em tempo real, e a única coisa que é alocada nela é a atenção. Se você faz alguma coisa que mereça esta atenção, as pessoas vão te seguir. Você não compra isso. Você investe para que seja interessante o bastante para as pessoas alocarem esse tempo em você. Uma pesquisa mundial feita sobre o nível de confiança mostrou uma coisa importante: a confiança em marcas e instituições caiu e a confiança em pessoas aumentou. Então, na internet, a confiança numa marca é difundida em escala exponencial, pois as pessoas espalham que vale a pena investir atenção nela.

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