quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Desigualdade e oportunidades, uma pesquisa da Talent

O Brasil é um país de dimensões continentais. Entretanto, uma pequena parte do seu território ainda concentra uma riqueza desproporcional. O símbolo maior dessa distorção é São Paulo, estado que sozinho representa 28% do nosso potencial de consumo e conta ainda com a maior população e o maior parque industrial do país. Para você ter uma idéia, SP responde por 50% de toda a movimentação financeira nacional e participa com 42% do total de exportações brasileiras. Das nossas 30 maiores empresas, 17 estão em terras paulistas. O que nem todo mundo lembra é que apenas metade de toda essa prosperidade encontra-se na capital. A outra parte da força de SP vem do interior, região que responde por 18% do PIB e onde a renda per capita é de US$ 9,8 mil anuais.

Todos esses dados foram compilados pela Talent e fazem parte de um livreto chamado 'As califórnias brasileiras' que está sendo distribuído aos clientes da agência como uma forma de chamar a atenção para um mercado que anda sendo negligenciado por grandes marcas, por incrível que pareça.

A agência, que já tinha editado outro livreto sobre o poder de consumo de quem tem mais de 50 anos, agora alerta para as oportunidades de uma segmentação geográfica regional - "Muitas vezes o mercado pode ser mais bem explorado se for dividido em pedacinhos", explica Stephan. Para ilustrar sua tese, dá alguns exemplos - a união dos municípios de Santos e Sorocaba se constitui em um mercado mais interessante do que o Estado de Pernambuco para certas marcas, em função do custo de mídia 5% menor e o potencial de consumo de eletrodomésticos 6% maior do que o Estado nordestino.

Os dados reunidos pela Talent confirmam a força do Sudeste e Sul do Brasil, que juntos respondem por 70% do potencial de consumo do país - e mais especificamente a do Estado de SP, que faz jus ao apelido de locomotiva da economia nacional. Mas também expõem a desigualdade entre os habitantes das nossas diferentes regiões, que apesar de compartilharem dos mesmos sonhos de consumo, estão separados por quilômetros de distância quando o assunto é acesso aos itens de conforto da sociedade moderna.

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