Publicitários precisam de simancol

Uma marca de sandálias pegou a Grazi Massafera e fez isso na campanha:

A idéia é homenagear a "diversidade" da mulher brasileira. Questão: Porque não pegar uma índia de verdade e uma negra de verdade para fazer as fotos?

Sim, porque uma mulher assim, "pintada" de "nêga maluca" é de um mau-gosto sem fronteiras raciais que eu vou te contar. Sem contar os "painéis" pintados atrás imitando samambaias horrorosas. Nem me venham com pesquisa de marketing de público-alvo pra justificar essa baboseira que eu não engulo.

Me lembra uma coisa muito feia que faziam no mundo até meados do século XX... Uma coisa chamada Black Face.

O Black Face é um "personagem" de teatro estilo burlesco, com shows de dança e música. Ele existia porque negros não eram aceitos nas companhias de entretenimento, então para representar uma pessoa negra, um ator branco pintava o rosto com graxa, colocava uma peruca esculhambada e aumentava o tamanho dos lábios com batom vermelho.

Todo o lance do Black Face ficou marcado para os negros como um símbolo do preconceito e estereótipo forçado.

No Brasil o ator Sérgio Cardoso interpretou um negro na novela A Cabana do Pai Tomás em 1969. Sérgio Cardoso era branco. Ele era pintado então, para ficar com a pele escura. Claramente preconceito racial da época.

A campanha nova da Arezzo está com a lindíssima Thaís Araújo como garota-propaganda. A nova campanha da Melissa também tem uma bela menina negra anunciando seus sapatos.

Tem publicitário que precisa aprender a ter simancol, tá ultrapassando os limites do absurdo. E aprender a ter um pouquinho mais de cultura também. Preconceito velado em gente pintada com pancake marrom é coisa antiga demais.

Li no Shoe Me